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quinta-feira, 22 de maio de 2014

O tal Estoque de Segurança

                Tá ai duas palavras que causam um stress sem tamanho nas organizações: O Estoque de Segurança.  Por um lado, temos o risco de desabastecimento da produção (e por conseguinte o atraso nas entregas) e por outro, o alto custo que pode ser gerado em caso de superestimarmos estes valores.
                Diversos fatores vão influenciar no dimensionamento dos níveis mínimos de estoque de componentes e insumos em uma organização, entre eles podemos citar:
  - A sazonalidade do mercado;
  - Os lotes mínimos de venda dos fornecedores;
  - O Lead time dos fornecedores (em alguns casos o Lead time de seu departamento de Compras);
  - O custo inerente ao estoque dos componentes (Investimentos, Gestão dos materiais, áreas de estoque, etc...);
  - Atraso nas entregas (perda da confiança do cliente, Cobrança de multas, cancelamento da compra, perda do cliente).
Vendo alguns dos fatores que irão influenciar a definição do Estoque de Segurança, somos levados a entender a importância estratégica de uma definição correta para este parâmetro. O custo inicial da criação deste estoque pode descapitalizar a organização,  talvez sejam necessários investimentos em instalações para armazenamento, mas por outro lado, as consequências de não estarmos devidamente preparados podem levar a resultados ainda piores... Podemos perder nosso bem mais precioso: O Cliente.  Algo que talvez não esteja bem claro nas organizações é que os clientes contam com nossos produtos para atender aos seus prazos, atender aos seus clientes... e muitas vezes nós os deixamos na mão. Pensando nisso, foram desenvolvidos diversos métodos para o calculo INICIAL de um Estoque de Segurança. Falo INICIAL, para que fique claro que este é um dado de partida para os estudos, pois cada organização terá sua realidade que deverá ser levada em conta.
Abaixo apresento um modelo que utilizei para definição inicial dos níveis de estoque de segurança em uma organização.

Minha primeira dificuldade foi encontrar os consumos mensais, pois havia grande variação sazonal dento do mix de produtos. Para superar este entrave, recorri às técnicas estatísticas, busquei no histórico dos três últimos anos a distribuição das vendas ao longo dos 12 meses. Com estes dados, consegui detectar o nível de crescimento anual nas vendas de cada produto e com isso, ESTIMAR a demanda futura (d).
Em paralelo a esta atividade, solicitei ao setor de Compras as informações de lead time dos fornecedores e seus lotes mínimos de venda, além disso, obtive experimentalmente o lead time interno dos pedidos de compra (do pedido inicial à formalização de pedido com o fornecedor) tendo então o lead time total do processo (desde a informação de nível mínimo atingido até a entrega efetiva do produto) que será representado por (t).
Outro dado importante, seria o Nível de Serviço que  indica o quanto queremos estar seguros frente às variabilidades que ocorrem, em outras palavras, frente aos desvios padrões da demanda e do lead time, á ser adotado para cada item. Além disso, convém pensarmos nos seguintes pontos quando definimos este passo: Existe produto similar no mercado que possamos, mesmo com algum incremento de custo, comprar de forma emergencial? O componente pode ser montado fora do fluxo de processo? Se sim, qual o custo disso? Com base nestas respostas definimos o Nível de Serviço (Z) variando de 0% a 100%.
Com base no histórico de cada fornecedor podemos verificar as ocorrências de atraso nas entregas e identificar destas, o percentual de tempo de atraso que chamarei de Desvio padrão do lead time (st).
De posse de análises de mercado, podemos também inferir um percentual de variabilidade da demanda esperada para o período. Chamaremos este dado de Desvio padrão de demanda (sd)
Com base nestes dados, apliquei a seguinte formula para obter os estoques de segurança:


Desta forma, definimos a quantidade que teremos para estoque de segurança para cada insumo desejado. Para apresentação à direção, transformei este valores em dias de cobertura para uma melhor visualização ( ex:  10000 peças = 2 dias de produção). Abaixo imagens da tabela que criei para o calculo de posterior apresentação (se quiserem uma cópia entre em contato).


Esta sistemática pode ser utilizada para o calculo de Estoques de Segurança não só para componentes de produto, podemos estender para controle dos estoques de produto acabado, ou, qualquer estoque que se queira controlar.

IMPORTANTE:

Como vocês devem ter percebido, durante as análises foram utilizados diversas vezes dados de estimativas, não levando em conta a variável financeira da aquisição do estoque e nem eventuais prazos de validade dos produtos, desta forma, não trata- se de uma solução final para definição do Estoque de segurança, mas sim de uma base para iniciar as discussões e a implementação da sistemática. Como tinha falado anteriormente, tudo depende da realidade da sua empresa.


Por hoje é só...
Até a próxima.
Att.:
 Moisés Graboski

domingo, 18 de maio de 2014

Novidades!

É com muito orgulho que participo aos amigos uma nova conquista!!!
Na ultima sexta-feira (16), fui formalmente apresentado como Coordenador Geral do Comitê da Qualidade de Sapucaia do Sul, trabalho voluntário, que  busca  viabilizar a atuação da Associação Qualidade RS de forma setorial ou regional junto a organizações públicas e privadas. 
Tal comitê faz parte da ACIS (Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Sapucaia do Sul) e baseia seus trabalhos na divulgação e implementação dos modelos de gestão adotados pelo PGQP (Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade), buscando a promoção da competitividade nas organizações do Rio Grande do Sul, para melhoria da qualidade de vida dos cidadãos ,através da busca da excelência em gestão com foco na sustentabilidade.
Agora, entro em um período de estudos para aperfeiçoar meus conhecimentos nas estratégias do PGQP, em breve espero publicar uma síntese do programa para vocês.

Por hoje é só....
Att.:
Moisés Dias Graboski